Para você Mulher

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.
Fernando Pessoa

mg

ponomariagabrielle

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Canção de mim mesmo

Walt Whitman



1.

Eu celebro o eu, num canto de mim mesmo,

E aquilo que eu presumir também presumirás,

Pois cada átomo que há em mim igualmente habita em ti.



Descanso e convido a minha alma,

Deito-me e descanso tranqüilamente, observando uma haste da relva de verão.



Minha língua, todo átomo do meu sangue formado deste solo, deste ar,

Nascido aqui de pais nascidos aqui de pais o mesmo e seus pais também o mesmo,

Eu agora com trinta e sete anos de idade, com saúde perfeita, dou início,

Com a esperança de não cessar até morrer.



Crenças e escolas quedam-se dormentes

Retraindo-se por hora na suficiência do que não, mas nunca esquecidas,

Eu me refugio pelo bem e pelo mal, eu permito que se fale em qualquer casualidade,

A natureza sem estorvo, com energia original.



2.

Casas e cômodos cheios de perfumes, prateleiras apinhadas de perfumes,

Eu mesmo respiro a fragrância, a reconheço e com ela me deleito,

A essência bem poderia inebriar-me, mas não permitirei.



A atmosfera não é um perfume, mas tem o gosto da essência, não tem odor,

Existe para a minha boca, eternamente; estou por ela apaixonado

Irei até a colina próxima da floresta, despir-me-ei de meu disfarce e ficarei nu,

Estou louco para que ela entre em contato comigo.



A fumaça da minha própria respiração,

Ecos, sussurros, murmúrios vagos, amor de raiz, fio de seda, forquilha e vinha,

Minha expiração e inspiração, a batida do meu coração, a passagem de sangue e de ar através de meus pulmões,

O odor das folhas verdes e de folhas ressecadas, da praia e das pedras escuras do mar, e de palha no celeiro,

O som das palavras expelidas de minha voz aos remoinhos do vento,



Alguns beijos leves, alguns abraços, o envolvimento de um abraço,

A dança da luz e a sombra nas árvores, à medida que se agitam os ramos flexíveis,

O deleite na solidão ou na correria das ruas, ou nos campos e colinas,

O sentimento de saúde, o gorjeio do meio-dia, a canção de mim mesmo erguendo-se da cama e encontrando o sol.



Achaste que mil acres são demais? Achaste a terra grande demais?

Praticaste tanto para aprender a ler?

Sentiste tanto orgulho por entenderes o sentido dos poemas?



Fica esta noite e este dia comigo e será tua a origem de todos os poemas,

Será teu o bem da terra e do sol (há milhões de sóis para encontrar),

Não possuíras coisa alguma de segunda ou de terceira mão, nem enxergarás através do olhos de quem já morreu, nem te alimentarás outra vez dos fantasmas que há nos livros.

Do mesmo modo não verás mais através de meus olhos, nem tampouco receberás coisa alguma de mim,

Ouvirás o que vem de todos os lados e saberás filtrar tudo por ti mesmo.



3.

Eu ouvi a conversa dos falantes, a conversa sobre o início e sobre o fim,

Mas não falo nem do início nem do fim.



Nunca houve mais iniciativa do que há agora,

Nem mais juventude ou idade do que há agora,

E jamais haverá mais perfeição do que há agora,

Nem mais paraíso ou inferno do que há agora,



O anseio, o anseio, o anseio,

Sempre o anseio procriador do mundo.



Na obscuridade a oposição equivale ao avanço, sempre substância e acréscimo, sempre o sexo,

Sempre um nó de identidade, sempre distinção, sempre uma geração de vida.

Não vale elaborar, eruditos e ignorantes sentem que é assim.



Certeza tal como a mais certa certeza, aprumados em nossa verticalidade, bem fixados, suportados em vigas,

Robustos como um cavalo, afetuosos, altivos, elétricos,

Eu e este mistério aqui estamos, de pé.



Clara e doce é minha alma e claro e doce é tudo aquilo que não é minha alma.



Faltando um falta o outro, e o invisível é provado pelo visível

Até que este se torne invisível e receba a prova por sua vez.



Apresentando o melhor e isolando do pior, a idade agasta a idade,

Conhecendo a adequação e a eqüanimidade das coisas, enquanto eles discutem eu mantenho-me em silêncio e vou me banhar e admirar a mim mesmo.



Bem-vindo é todo órgão e atributo de mim, e também os de todo homem cordial e limpo.

Nenhuma polegada ou qualquer partícula de uma polegada é vil e nenhum será menos familiar que o resto.



Estou satisfeito – vejo, danço, rio, canto;

Quando o companheiro amoroso dorme abraçado a mim a noite inteira e depois vai embora ao raiar do dia com passos silenciosos,

Deixando-me cestas cobertas com toalhas brancas enchendo a casa com sua exuberância,

Devo adiar minha aceitação e compreensão e gritar pelos meus olhos,

Para que deixem de fitar a estrada ao longe e para além dela

E imediatamente calculem e mostrem-me para um centavo,

O valor exato de um e o valor exato de dois, e o que está à frente?



4.

Traiçoeiros e curiosos estão à minha volta

Pessoas com quem me encontro, os efeitos que a minha infância tem sobre mim, ou o bairro e a cidade em que vivo, ou a nação,

As últimas datas, descobertas, invenções, sociedades, autores antigos e novos,

Meu jantar, roupas, amigos, olhares, cumprimentos, dívidas,

A indiferença real ou fantasiosa de um homem ou mulher que eu amo,

A doença de alguém de minha gente ou de mim mesmo, ou ato doentio, ou perda ou falta de dinheiro, depressões ou exaltações,

Batalhas, os horrores da guerra fratricida, a febre de notícias duvidosas, os terríveis eventos;

Essas imagens vêm a mim dia e noite, e partem de mim outra vez,

Mas não são o meu verdadeiro Ser.



Longe do que puxa e do que arrasta, ergue-se o que de fato eu sou,

Ergue-se divertido, complacente, compassivo, ocioso, unitário,

Olha para baixo, está ereto, ou descansa o braço sobre certo apoio impalpável,

Olhando com a cabeça pendida para o lado, curioso sobre o que está por vir,

Tanto dentro como fora do jogo, e o assistindo, e intrigado por ele.



No passado vejo meus próprios dias quando suei através do nevoeiro com lingüistas e contendores,

Não trago zombarias ou argumentos, apenas testemunho e aguardo.

Querer (Pablo Neruda)























Não te quero senão porque te quero

E de querer-te a não querer-te chego

E de esperar-te quando não te espero

Passa meu coração do frio ao fogo.

Te quero só porque a ti te quero,

Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,

E a medida de meu amor viageiro

É não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro

Seu raio cruel, meu coração inteiro,

Roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu morro

E morrerei de amor porque te quero,

Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.



Nos Bosques, Perdido (Pablo Neruda)



Nos bosques, perdido, cortei um ramo escuro

E aos labios, sedento, levante seu sussurro:

era talvez a voz da chuva chorando,

um sino quebrado ou um coração partido.

Algo que de tão longe me parecia

oculto gravemente, coberto pela terra,

um gruto ensurdecido por imensos outonos,

pela entreaberta e úmida treva das folhas.

Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,

o ramo de avelã cantou sob minha boca

E seu odor errante subiu para o meu entendimento

como se, repentinamente, estivessem me procurando as raízes

que abandonei, a terra perdida com minha infância,

e parei ferido pelo aroma errante.

Não o quero, amada.

Para que nada nos prenda

para que não nos una nada.

Nem a palavra que perfumou tua boca

nem o que não disseram as palavras.

Nem a festa de amor que não tivemos

nem teus soluços junto à janela...



Pablo Neruda



Para meu coração teu peito basta,

para que sejas livre, minhas asas.

De minha boca chegará até o céu

o que era adormecido na tua alma.

Mora em ti a ilusão de cada dia

e chegas como o aljôfar às corolas.

Escavas o horizonte com tua ausência,

eternamente em fuga como as ondas.

Eu disse que cantavas entre vento

como os pinheiros cantam, e os mastros

Tu és como eles alta e taciturna.

Tens a pronta tristeza de uma viagem.

Acolhedora como um caminho antigo,

povoam-te ecos e vozes nostálgicas.

Despertei e por vezes emigram e fogem

pássaros que dormiam em tua alma.



Pablo Neruda



Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.

Amor, dor, trabalhos, devem dormir agora.

Gira a noite sobra suas invisíveis rodas

e junto a mim és pura como âmbar dormido.

Nenhuma mais, amor, dormirá com meus sonhos.

Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.

Nenhuma mais viajará pela sombra comigo,

só tu, sempre-viva, sempre sol, sempre lua.

Já tuas mãos abriram os punhos delicados

e deixaram cair suaves sinais sem rumo,

teus olhos se fecharam como duas asas cinzas.

Enquanto eu sigo a água que levas e me leva:

a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,

e já não sou sem ti senão apenas teu sonho.

Nelson Mandela

Nelson Mandela - "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos." - "Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação." - "Não há caminho fácil para a liberdade. A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre." - "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias." - "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo.