palmeira

A PALMEIRA COMO É LINDA e verdejante Esta palmeira gigante Que se eleva sobre o monte! Como seus galhos frondosos S'elevam tão majestosos Quase a tocar no horizonte! Ó palmeira, eu te saúdo, Ó tronco valente e mudo, Da natureza expressão! Aqui te venho ofertar Triste canto, que soltar Vai meu triste coração. Sim, bem triste, que pendida Tenho a fronte amortecida, Do pesar acabrunhada! Sofro os rigores da sorte, Das desgraças a mais forte Nesta vida amargurada! Como tu amas a terra Que tua raiz encerra, Com profunda discrição; Também amei da donzela Sua imagem meiga e bela, Que alentava o coração. Como ao brilho purpurino Do crepúsc'lo matutino Da manhã o doce albor; Também amei com loucura Ess'alma toda ternura Dei-lhe todo o meu amor! Amei!... mas negra traição Perverteu o coração Dessa imagem da candura! Sofri então dor cruel, Sorvi da desgraça o fel, Sorvi tragos d'amargura! Adeus, palmeira! ao cantor Guarda o segredo de amor; Sim, cala os segredos meus! Não reveles o meu canto Esconde em ti o meu pranto Adeus, ó palmeira!... adeus!. ! Álvares de Azevedo(1831-1852). Jovem poeta paulista, morreu de tuberculose aos 21 anos, leitor de Byron e Blake. Não teve sua obra reunida em livro, somente um conjunto em Lira dos Vinte Anos. Integrou a grupos de alunos boêmios da Faculdade de Direito de São Paulo - Sociedade Epicuréia. Machado aos 19 anos faz este poema em homenagem ao romantismo de Azevedo, incluindo Byron e Chatterton autores românticos que como Azevedo morreram na flor da juventude

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